segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

BRASEIRO MODAS

Está num pedacinho da rua Haddock Lobo, entre ruas do Matoso e Batista das Neves, uma sequência de estabelecimentos comerciais muito antigos, tradicionais e importantes para o bairro. Começando do sentido da mão dos carros, temos: Óticas Nuance, Doceria Popeye, Ervedosa materiais de construção (esta pegou fogo e agora está situada na rua Barão de Itapagipe), Floricultura Flor de Liz, Armarinho Braseiro ou Braseiro Modas, um boteco imundo, um barbeiro mais imundo, porém, há trinta anos ali, uma loja de roupas chiques para senhoras chamada Bidú e finalmente uma loja de móveis chamada "House".

Tenho neste pedaço de rua, meus caros, comércios e comerciantes que estão no meu coração. O motivo? Todos estão lá, no mesmo lugar, desde que passeava por ali no colo da minha mãe, ou antes. O bairro da Tijuca é o que é por causa disso. Passeia-se pelas ruas com a sensação de que estamos andando pela sala de nossa casa. O orgulho de ser tijucano está estampado no rosto dos transeuntes, que sempre fazem questão de mandar acenos, dar tapinhas nas costas ou largar suas sacolas de compras no chão para papear com um vizinho que acabam de encontrar. A Tijuca me dá todos os prazeres da vida, isso basta.

Hoje pela tarde dei um pulo até a Braseiro Modas, fui comprar uma bermuda. A casa está fincada ali há exatos 44 anos, ou seja, desde 1966. As roupas estão expostas em cristaleiras muito bonitas, bem altas, pois o pé-direito da casa deve ter seus seis metros. Camisetas furadinhas, camisas sociais, camisolas, meias sociais, calçolas, cintos elegantes e moda íntima em geral enchem as estantes e mostruários.

Seu Armindo e dona Célia são portugueses e tocam a casa com simpatia tijucana. Andei conversando com ele, e disse-me que ali era uma antiga farmácia antes de abrir a Braseiro. Informou-me também que muita gente veio prestigiar a inauguração, inclusive um famoso do bairro, o Tim Maia. Fiquei mais de uma hora ali e confesso que entrei no túnel do tempo. O bom homem me contou coisas preciosas da redondeza, coisas que um dia compartilharei com todos.

Comprei uma bermuda Pool e uma camiseta amarela da Hering e em troca ganhei o carinho das pessoas queridas do meu lugar.


A fachada.



Vitrine recheada.


Dona Célia ao lado dos cintos América.



Nota de 10 cruzeiros para demostrar a existência do bolso traseiro.



Seu Armindo pegando minha camiseta.



Camisolas.



Bermuda Pool.



Interior da loja.


Camisetas, meias e cuecas.

Até.
obs: Favor não reparar na qualidade das fotos. São de celular.